segunda-feira, setembro 25

Regressos

Tem razão JPT. Os canteiros de flores não facilitavam a caminhada sobre os muros da marginal de S. Martinho. Já a frase "Devemos voltar a um lugar onde fomos (muito) felizes", tem muito que lhe diga. Uma frase meio assassina, dizia-me ontem uma amiga. Acho que o segredo está, como diz, "fazendo-a feliz como alguém tão antes o foi." Quanto à "papaia enchida de maionese adornada com camarão cozido", isso sim. Não me dá qualquer angústia. NOTA: Metabloguismo e Reflexões austeras sobre a espuma dos dias: o texto do Jansenista - "Fugir do passado"

6 Comments:

Blogger Jansenista said...

A máxima é a de que NÃO DEVEMOS voltar. Ui, mas esse tema da topografia da saudade dava tese em 4 tomos! - envolvendo necessariamente a releitura dos 2 últimos volumes da Recherche proustiana, repletos desses meandros da redescoberta que destrói os lugares onde fomos felizes (e fomos felizes porque da primeira vez que lá estivemos nada haviar a rememorar). STOP! Já ia por aqui a fora!

2:34 da tarde  
Blogger M Isabel G said...

Sim. A máxima é essa, mas o JPT "adaptou-a".
Concordo consigo. Mas completamente.
Sempre há o tempo, esse "grande escultor" não é?? Mas que não resolve muita coisa, pensando melhor.

3:08 da tarde  
Blogger 100nada said...

Sabes, também eu achava que sim, que não se voltava aos locais onde fomos felizes. Mas agora já não penso. Agora parece-me que, em vez de os deixar ali suspensos na nossa memória para sempre, devemos lá voltar. Quer para - se caso disso - cumprir outras memórias felizes, quer para tapar a mágoa (porque é disso que se trata, nos locais onde fomos felizes: a mágoa do momento desaparecido, cristalizada entra a saudade e a dor) com outras novas que hão-de ser memórias felizes e que hão-de apagar as anteriores.

Parece um pouco radical e nada romântico, mas não quero gastar locais, transformar sítios que gosto muito em cemitérios de saudades: senão qualquer dia só teria memórias felizes em sítios feiosos. :)

beijos.

4:40 da tarde  
Blogger M Isabel G said...

Querida amiga,
Obrigada.
De cemitérios já tenho os meus, aqueles de cor branca,que nunca me abandonam.
São esses os cemitérios que contam. Os outros, minha querida...vamos trocando as voltas à vida. De preferência com boa cara :)

10:45 da tarde  
Blogger jpt said...

regressar sim. ensina-nos algo sobre "nós próprios" (estes "nós próprios" é daquelas expressões irritantes, mas enfim). e, já agora, deixa algo para quem nos acompanha. e o mundo não fica no meu umbigo - a família infantil divertiu-se, a senior espraiou (metaforicamente, claro, que ali não é lugar disso) enquanto considerou que aquilo não é tão mau como eu o pinto.

Já quanto à papaia + maionese + cria de camarão, francamente, não há felicidades que se lhe cheguem

(obrigado pelo empurrão)

11:19 da tarde  
Blogger jpt said...

só depois fui ler o texto metabloguista. bolas, certo que cada um como cada qual, mas isso de recordar ser coisa de "ista" ou "ismos" é um bocado arrepiante. teoria para aqui, pensamento para acolá, acho tudo muito exagerado. agora vou ali conversar com os meus defuntos avós, cimentos da minha identidade, que me apetece reconstruir-me (incessantemente)

11:31 da tarde  

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