Regressos
Tem razão JPT. Os canteiros de flores não facilitavam a caminhada sobre os muros da marginal de S. Martinho.
Já a frase "Devemos voltar a um lugar onde fomos (muito) felizes", tem muito que lhe diga. Uma frase meio assassina, dizia-me ontem uma amiga. Acho que o segredo está, como diz, "fazendo-a feliz como alguém tão antes o foi."
Quanto à "papaia enchida de maionese adornada com camarão cozido", isso sim. Não me dá qualquer angústia.
NOTA:
Metabloguismo e Reflexões austeras sobre a espuma dos dias: o texto do Jansenista - "Fugir do passado"
6 Comments:
A máxima é a de que NÃO DEVEMOS voltar. Ui, mas esse tema da topografia da saudade dava tese em 4 tomos! - envolvendo necessariamente a releitura dos 2 últimos volumes da Recherche proustiana, repletos desses meandros da redescoberta que destrói os lugares onde fomos felizes (e fomos felizes porque da primeira vez que lá estivemos nada haviar a rememorar). STOP! Já ia por aqui a fora!
Sim. A máxima é essa, mas o JPT "adaptou-a".
Concordo consigo. Mas completamente.
Sempre há o tempo, esse "grande escultor" não é?? Mas que não resolve muita coisa, pensando melhor.
Sabes, também eu achava que sim, que não se voltava aos locais onde fomos felizes. Mas agora já não penso. Agora parece-me que, em vez de os deixar ali suspensos na nossa memória para sempre, devemos lá voltar. Quer para - se caso disso - cumprir outras memórias felizes, quer para tapar a mágoa (porque é disso que se trata, nos locais onde fomos felizes: a mágoa do momento desaparecido, cristalizada entra a saudade e a dor) com outras novas que hão-de ser memórias felizes e que hão-de apagar as anteriores.
Parece um pouco radical e nada romântico, mas não quero gastar locais, transformar sítios que gosto muito em cemitérios de saudades: senão qualquer dia só teria memórias felizes em sítios feiosos. :)
beijos.
Querida amiga,
Obrigada.
De cemitérios já tenho os meus, aqueles de cor branca,que nunca me abandonam.
São esses os cemitérios que contam. Os outros, minha querida...vamos trocando as voltas à vida. De preferência com boa cara :)
regressar sim. ensina-nos algo sobre "nós próprios" (estes "nós próprios" é daquelas expressões irritantes, mas enfim). e, já agora, deixa algo para quem nos acompanha. e o mundo não fica no meu umbigo - a família infantil divertiu-se, a senior espraiou (metaforicamente, claro, que ali não é lugar disso) enquanto considerou que aquilo não é tão mau como eu o pinto.
Já quanto à papaia + maionese + cria de camarão, francamente, não há felicidades que se lhe cheguem
(obrigado pelo empurrão)
só depois fui ler o texto metabloguista. bolas, certo que cada um como cada qual, mas isso de recordar ser coisa de "ista" ou "ismos" é um bocado arrepiante. teoria para aqui, pensamento para acolá, acho tudo muito exagerado. agora vou ali conversar com os meus defuntos avós, cimentos da minha identidade, que me apetece reconstruir-me (incessantemente)
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