sexta-feira, setembro 22

Bat people (2)

Dezenas de "doutores" de fato de morcego e muitas outras dezenas de "calouros" enchiam hoje ao princípio da tarde a alameda universitária. Miúdos de cara pintada e com uma imitação de picareta em cartão pendurada ao pescoço, obedeciam às ordens de outros meninos de capa e autoridade. Pareciam-me todos felizes. Os que que cumpriam ordens e os eruditos que as mandavam cumprir. Um deles (que ainda não era doutor) aproximou-se do meu vidro aberto, certamente para obedecer às ordem do encapotado. O que no mínimo eu chamaria de humilhação, ali era tudo uma grande brincadeira, uma enorme paródia. Não percebo nada daquilo e nem faço a menor ideia de como aquilo funciona. O que sei é que por esta altura do ano é costume lerem-se artigos sobre actos vexatórios praticados em universidades, politécnicos, institutos, etc. Há sempre quem não ache graça a essa grande farra e apresente queixa. Cá ficarei à espera dos eventos deste ano. No meu tempo, estas "tradições académicas" deviam ser consideradas "costumes burgueses", "práticas fascistas", ou coisa assim. No mínimo. Tradição era mesmo dormir à porta da Faculdade nas filas para melhores professores, ou melhores horários, como era o meu caso. Entretanto, o semáforo caíu. Fiquei na mesma, sem perceber nada. Pensando bem, já não tenho idade para perceber.
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