"Blogar"
Era uma vez um blog Blogar tem a sua raiz etimológica no proto-indo-europeu “rede” (webh) e no inglês antigo log, referindo-se a “cortar madeira”. Podemos assim definir uma primeira estrutura identitária dos blogers: “Cortadores de toros de madeira em sucessão contínua” É assim que o Felipe Nunes Vicente começa o seu artigo “a arte de blogar através dos tempos”na revista Psicologia Actual deste mês. Desde São Tomás de Aquino, favorável à diversidade da blogoesfera, até ao século XX, desfavorável à Europa dos blogues, passando por Baquílides nas Odes que desconfiava da blogoesfera, para a história fica o famoso boato que um amigo de Eutrífon pôs a circular na blogoesfera ateniense (www.dialogosocraticos.blosgspot.com) sobre a libertação do seu amigo Sócrates. Enquanto que para os romanos, com a sua grande sabedoria, blogar era um princípio de cidadania, já para Paris de Duzentos, os blogues foram muito vigiados. Ao que consta, terá havido uma password especial só para os seguidores de S. Tomás de Aquino. Com a globalização, em finais do sec. XV, dá-se na Europa a descoberta da blogoesfera oriental, com os mandarins no topo da tabela dos blogers. No entanto, muitos séculos antes, já Confúcio tinha examinado as maravilhas da blogoesfera na sua obra de referência Livro dos Ritos (www.li-ki.blogspot.com), onde estão bem retratadas as regras e o protocolo da blogoesfera. Há importantes testemunhos da importância dos blogs tanto na era da Expansão (com Frei João dos Santos que blogava durante as viagens) como nos tempos da revolução Francesa. Terá sido porém no sec. XIX que muitos escritores deram à luz na blogoesfera. Já o sec. XX foi desfavorável à Europa dos blogues, com as guerras, o comunismo e o nazismo. Ficou célebre o post de Hemingway no seu blog dedicado à guerra civil espanhola www.guadarrama.blogspot.com sobre as pernas da namorada. As previsões de Freud sobre a blogoesfera, no final do século, vieram a verificar-se acertadas :”grande diversão, satisfação substitutiva ou narcótico puro e simples”, eis as questões com que ainda nos debatemos no presente.. Na blogoesfera portuguesa co-existem os “divertidos” que blogam para passar o tempo, os blogers que procuram as satisfações substitutivas, sendo o liberalismo e o Benfica os temas mais debatidos. FNV prefere os narcotizados (e eu também): “escrevem porque sim. Permite-lhes fintar a solidão ou o director do jornal para quem trabalham. Outras vezes obriga-os a suportar a solidão a que os outros – maridos, mulheres e amigos – os votam. A solidão é a grande arma destes bloguers: se alguém os compreendesse ou falasse com eles, não blogavam” Isto é um resumo mal amanhado. Se puderam, não deixem de ler o texto. Está muito, muito bom. Aliás, a revista Psicologia Actual de Agosto traz um “dossier blogoesfera” com óptimos artigos da Catarina Campos do 100 nada, Sofia Vieira - Controversa Maresia, José Manuel Fonsceca do Anarca Constipado, do Pornographo, Gabriel Silva do Blasfémias e do Jorge Bacelar dos Marretas.
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