terça-feira, agosto 22

Vidas de Verão (4)

Silly journalism [Sobre os tablóides] Eis o novo filão, de dentes afiados, a rir-se de protestos ou ameaças de protestos. Depois, há que enquadrar as fotos dos “snipers” em “notícias”. E então lemos coisas espantosas como “fulana comeu uma peça de fruta e depois tomou banho de mar, talvez para esquecer o seu recente desgosto de amor”. Ou, a minha favorita: “Merche Romero foi ao Multibanco com o seu próprio cartão, contrariando assim a ideia de que se aproveita financeiramente de Cristiano Ronaldo” (…) O perigo é que as fronteiras do público e do privado se estão a esbater. (…) Fotografa-se de longe, publica-se, eles que processem se quiserem. Entretanto já vendemos milhares. Pormenores canalhas: algumas fotos levam legendas maldosas. Ao apresentador de TV X ou ao político Y faz-se destaque à “barriguinha que prova que os anos passam”. À actriz realça-se que se nota celulite. Calculamos, pois, que as redacções que se escondem atrás destas “revelações” estão repletas de Brad Pitts e Cindy Crawfords. Gente perfeita que não envelhece. Rodrigo Guedes de Carvalho, Única Expresso de 19 Agosto

5 Comments:

Blogger rduarte said...

Boas Miss Pearls, em primeiro lugar muitos parabéns pelo seu blog. Sobre esta notícia tenho algo a dizer, porque as coisas não são bem assim. Por estas e por outras estou um pouco por dentro destas situações (não pelo lado das revistas ou fotógrafos). Sabe que muitas vezes é combinado com as pessoas fotografadas a foto ser do tipo “paparazzi”? Não digo que seja sempre o caso, no entanto, acontece muitas vezes.

Por exemplo: nesta semana a Elsa Raposo foi a Fátima com o novo namorado (que ainda a semana passada era apenas o seu sócio). Ora, não acreditamos que as revistas portuguesas tenham dinheiro suficiente para ter fotógrafos de plantão em Fátima para o caso de algum famoso lá passar em pleno mês de Agosto…como existem por exemplo na praia de Santa Eulália. O que se passou então? Por muito estranho que possa parecer, só pode ter acontecido uma de duas coisas: a Elsa telefonou para uma revista e disse: “vou a Fátima, podem enviar um fotógrafo para eu aparecer nas revistas? ” ou então uma revista ligou à Elsa e disse: “tivemos aqui uma boa ideia: queres ir a Fátima com o teu novo namorado e um fotógrafo para fazermos um artigo sobre isso?”

Pensamos: isto é irreal! E pensamos bem. No entanto, a maioria das vezes são assim que as coisas se passam…

11:54 da manhã  
Anonymous Anónimo said...

E muitas vezes as revistas pagam, como quando querem publicar os interiores de uma casa. Se o quem é quem tiver alto estatuto, paga de certeza, e também estou por dentro, por isto e por aquilo.

12:03 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

Não há almoços gratis... seria cómico se não fosse trágico, então quando elas/eles se põem a chorar e a acusar os taboloides com a invasão das "suas vidas privadas". Money, money, money... é esta a canção da Liza Minnelli no filme Cabaret.

7:05 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

Pertencendo ao meio jornalístico e conhecendo algumas pessoas que trabalham nas revistas ditas "cor-de-rosa" (e nas de TV, que se estão a tornar iguais àquelas), posso corroborar que uma parte dos nossos pindéricos "famosos" recebem dinheiro, ou presentes alternativos, para "alugarem" a sua intimidade, "venderem" as suas férias, escapadelas, etc, etc, em exclusivo. Algumas dessas "histórias" são negociadas directamente com as direcções das revistas, sem os jornalistas saberem. O que causa por vezes situações ridículas, como a da modelo que, numa festa, informou a fotógrafa de um título da praça que não a podia fotografar nem lhe fazer perguntas, porque tinha um exclusio com tal revista - exactamente aquela para a qual a fotógrafa trabalhava, sem saber a menor ideia da combinação entre a sua direcção e a dita modelo. E também há "encenações" várias, com os mais variados objectivos, desde mandar "recados" sentimentais a fingir relações para causar ciúmes, ou... simplsmente sair nas revistas. É a forma mais baixa de jornalismo que existe, e o que custa mais é que há bastante gente boa, digna e honesta a trabalhar nele, porque têm famílias para alimentar e contas para pagar, e têm que aturar horrores e humilhações, quer dos seus superiores, quer dessas "celebridades" de caneiro. A vida é injusta.

9:45 da tarde  
Blogger M Isabel G said...

Obrigada a todos.
Também sei como essas "coisas" se tratam e se pagam, mas o que o Rodrigo G Carvalho talvez quisesse referir são aquelas pessoas (alguns até colegas dele) apanhados por "snipers" em situações que podem causar ambiguidade.
è verdade que se torna de uma enorme devassa da vida particular, de gente que não quer aparecer nas revistas e que não dá autorização a ninguém para publicar essas fotografias , muitas vezes com legendas absurdas.
Mas tb sei que a "popularidade" tem o seu preço.
O resto, essa gente que anda a soldo dessas revistas... ai amigos.. não tenho peninha nenhuma...

10:01 da tarde  

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