sexta-feira, novembro 11

Albuns (quase) a sépia

Por vezes dou comigo no canal Memória, não exactamente o meu, particular, privado, em circuito fechado e inacessível a olhares alheios, mas o da televisão, com assinatura mensal.
Independentemente dos excessos dos anos 60, do vestuário apalhaçado dos setenta, dos penteados encaracolados da década de 80, ou da misturada nova rica dos anos 90, é algo confrangedor verificar a passagem do tempo nas personalidades que por lá aparecem, sejam elas artistas, políticos, ou o que forem.
A verdade é que quem pode vai fazendo por adiar a velhice; um estilo de vida saudável com boa alimentação, exercício físico, com a ajuda da medicina e um empurrãozinho da estética/cosmética, a pele demora mais a enrugar e o corpo a quebrar. Uns vão envelhecendo melhor ou pior, assim a saúde, os genes e por vezes a carteira o permita.
No entanto, não deixa de me surpreender a onda revivalista de festas temáticas com músicas passadas, em que se cantava inocentemente "Bad Case Of Loving You", onde se dançava tudo a que se tinha direito, desde slows compungidos (If you leave me now) até às mais inomináveis pimpineiras, mas what a feeling, valha-me Deus! Revivem-se tempos dourados de uma pista de dança onde nos divertiamos como se não houvesse amanhãs, mas agora com menos leveza, (algumas) rugas e cabelos brancos.
Existem inclusivamente estações de rádio especialmente dedicadas à nostalgia musical, e de tempos a tempos vão saltando dos baús trapos de modas antigas, devidamente autorizados pela ditadura dos fashionists.
Como em tudo na vida, nestas coisas da nostalgia é aconselhável a moderação: o dantes é que era bom e tal, nem sempre corresponde à verdade (aliás, meia dúzia de rewinds no meu canal memória são suficientes para me arrepiar). É bonito estarmos vivos, pá, mas ainda há muito para viver, assim haja esperança e saúde. Vivamos em paz e que o Senhor nos acompanhe.
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