Fora de casa (3)
Há quem se irrite com os panfletos turísticos de excursões locais por nem sempre corresponderem à realidade. Pelo contrário, eu nunca os dispenso. Com bom senso, dá-se o devido desconto às promessas de visitas a locais idílicos para fotografias (sempre podem dizer que estiveram nas Caraíbas), grutas inesquecíveis, comezainas fartas, igrejas majestosas, povoações típicas, castelos maravilhosos, palácios fantásticos, vistas soberbas (leia-se os guias espanhóis onde tudo "es bello"), demonstrações variadas, e claro, os recuerdos de oportunidade.
Se tivesse que publicitar a minha rua diria que tem esplanadas agradáveis, comércio de qualidade, bem servida de transportes públicos, estacionamento gratuito, zona pedonal arborizada, diversas caixas multibanco com respectivos bancos, proximidade de grandes armazéns, acesso rápido ao aeroporto, saídas directas para radiais exteriores, ideal para sportinguistas mas sem descurar os benfiquistas, entre outras maravilhas da natureza. Mesmo sem praias espantosas, neve, desportos náuticos, ou locais de pesca à linha, um panfleto faz milagres. Isto em esquecer o turismo rural, o agroturismo, o ecoturismo, B & B, o turismo de natureza e a gastronomia de qualidade, que a minha aldeia nas berças poderia proporcionar.
Com mais ou menos qualificativos, maravilhas questionáveis ou paraísos exagerados, é sempre uma oportunidade para mudar de ares, apanhar umas cores, quebrar a rotina, fugir do secador, ler ou não ler, descontrair e fazer por esquecer ralações, deslealdades, uma blogoesfera persecutória e os cortes orçamentais neste lado da fronteira.
Haja saúde e um sorriso. Amén.
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