Fora de casa (2)
Desconheço se o business dos souvenirs/recuerdos terá sido afectado pela desgraça financeira que nos assolou, mas a verdade é que se vendem como pipoca quente. Do mais barato (ímanes, isqueiros, dedais, etc.) ao produto carote, há gente para tudo. "E ainda me falta levar qualquer coisa para a minha cunhada e para a sogra", lamentava uma turista de volta de colheres de pau temáticas, entre bases para copos em forma de mapa e panos de cozinha com imagens de catedrais. "Não leves nada, que não viste a ponta de um corno quando voltaram da Madeira", rezingava o cavalheiro entretido com garrafas de anis e canecas com bandeiras. "Levamos um chapéu ao mais velho e para a miúda nem sei bem; não gosta de nada, a gaiata".
São mais ou menos assim as conversas que se ouvem nos estabelecimentos da especialidade. Por mim, desde que me pediram quase dois euros por uma zurrapa preta a fingir café numa aldeia perdida na serra, fiquei logo com azia, sintoma de ter sido roubada com os dentes todos. Claro está que os preços pagos em aeroportos são obscenos, mas tem muito mais pinta.
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