domingo, agosto 28

Fora de casa


Costuma-me entender o que leva alguns maduros a envergar tshirts amarelo canário com "dizeres" temáticos a versar pintainhos a sair da casca e a ilustrar "Love XX". Estas criaturas animadas de diversas nacionalidades podem ser detectadas junto à saída de aeroportos, bares, locais de interesse turístico onde exista uma máquina fotográfica e outros maduros de calças à pirata. Também apreciam chapéus de palha e deles fazem uso seja onde for, sem cerimónias nem educação. Gostam de assobiar como que a chamar alguém e falam alto, muitas vezes em conversas indiscretas, ignorando que podem ser compreendidas pelo vizinho do lado; já assisti a algumas de bico calado, por vezes constrangida com a indiscrição dos assuntos falados na minha língua em locais distantes.
Enfim; a malta é remediada, mas tem hábitos civilizados e comportamentos urbanos. Há criaturas que mal põem o pé fora da fronteira dão largas à indumentária e à boçalidade em xanatas. Está claro que não falo somente dos portugueses.
Custa-me também entender o que leva pessoas idosas para locais com temperaturas tão altas que até os mais novos se têm em cuidados para as suportar. Vi gente a enfrentar o calor como um suplício, encarnadas, esbaforidas, exaustas e praticamente derretidas; se muitas forem parar ao inferno, já levam um avanço no que vão encontrar.
Ser turista tem as suas particularidades, mas o melhor mesmo é ser lá fora como cá dentro: nunca se sabe quem se pode encontrar.
eXTReMe Tracker