sexta-feira, janeiro 8

Revista Ler

(...) Nem tudo são degraças. Portugal como país de acolhimento de imigrantes do Leste nem ao Vilhena (cf. Gaiola Aberta) lembrava. Eslavos, sobretudo ucranianos e russos, ou latinos, como os romenos e os moldavos, mudaram a paisagem urbana, acrescentando cosmopolitismo às pequenas profissões. Contra tanta subtracção, alguma coisa tinha de valer a pena".
Eduardo Pitta "Subtracções"
(...) "Uma das coisas que se pode ganhar nos blogues é saber perder. Perdemos ignorância - aprendi muito nestes anos - e perdemos umbigo. Há muita gente que escreve melhor e que pensa melhor. Isto permite-nos sair do círculo dos nossos contactos diários, do bar da faculdade, ou do hospital, da família, etc. Sair foi sempre um predicado da aprendizagem.
(...)
Outra vantagem é, obviamente, a distância. (..). E não me venham com o ar do tempo (tecnológico): durante séculos homens (e mulheres) corresponderam-se sem que houvesse, de início, um conhecimento físico. Também acontece o contrário, claro: as pessoas conhecem-se, às vezes há muito tempo, mas a distância, física ou mental, escolhe o blogue como cavalo branco. Nessa altura somos pares como Reich e Freud, Bonhoeffer e o pai, Unamuno e Pascoaes - se nos der para a fanfarria. Sem delusão somos apenas bons amigos que trocam galhofas a altas horas da noite.(...)
ambos na Revista Ler
Uma das minhas fotografias favoritas da década: os livros de volta às estantes em 2007, depois do violento incêndio em 2004 na Anna Amalia Bibliothek em Weimar.
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