Da blogoesfera
"Confesso que sempre sinto uma espécie de espanto - não, uma espécie de horror, um horror metafísico - quando encontro uma pessoa com uma opinião diferente da minha, por mais trivial que seja o assunto. Não gosta de chocolate? De Nero Wolfe? Do mar, de Woody Allen, do Império Britânico circa 1882?(...) Sou muito bom em fingir que não estou em choque, e me orgulho muito do meu sorriso civilizado quando, na verdade, estou me segurando para não fazer xixi nas calças devido ao horror de ter sido apresentado a uma senhora que não gosta de cinema, ou a um garoto que adora Clarice Lispector.(...) e aqui confesso também que essa é a minha reação diante de muitas pessoas que comentam no meu blog, porque elas muitas vezes manifestam explicitamente o nojo do que é sagrado, como Deus e Chesterton ou um post meu qualquer - repito, qualquer post meu -, ou a qualquer um dos itens que considero manifestamente bons, como P.G.Wodehouse, cães, John Wayne, mousse de chocolate, musicais da MGM, pezinhos femininos e assim por diante;" Alexandre Soares Silva
"Segundo parece, o “jantar de consoada” é cada vez mais encomendado de fora ou servido nos hotéis. Nas sociedades tradicionais, as festas tradicionais são essencialmente domésticas, caseiras, familiares – e Portugal está a mudar de hábitos. Não vem daí grande mal, a não ser a revelação de que as pessoas já não sabem nem gostam de cozinhar. Ou não têm tempo para isso, porque trabalham muito. Também não têm tempo para os seus velhos, e isso é mais grave: por esta altura, há famílias que entregam os seus velhos nos hospitais e dão, em troca, números de telefone falsos para não serem incomodados. Uma sociedade sem generosidade nem compaixão, fria e sem paciência – e com vergonha dos seus velhos, que incomodam e relembram que todos morremos e envelhecemos. É um retrato abjecto." Francisco José Viegas
1 Comments:
Tudo isto faz parte da sociedade que construímos.
Vivemos a velocidades fora da lei e todo o resto fica fora de controlo.
Há 30 anos receber um chocolate de oferta era um luxo.
A ceia de Natal era em família e quantos mais melhor.
Fritavam-se as filhoses pela noite dentro ao som de cantares de Natal.
Os velhos (avós e tios) acompanhavam as festividades junto da família e eram respeitados pelos mais novos.
Por aqui ainda se festeja desta forma e saboreia-se o calor do Amor da família.
Boas Festas
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