Pelas tristes ruas de Lisboa
Sábado, Praça de Londres, passava um pouco das 19 horas e a zona apresentava uma desolação que entristecia qualquer um. Só as luzes frias das iluminações de Natal pareciam dar alguma vida às montras fechadas e às ruas desertas de gente. Em contrapartida, abundavam carros em cima dos passeios, da calçada portuguesa e dezenas de cidadãos encontravam-se em situação de emergência, tantos eram os piscas acesos nas avenidas vizinhas. Não entendo esta gente que tanto maltrata a cidade.
Entro numa pastelaria onde se preparava já o encerramento e, a medo, pergunto se ainda servem café e a razão daquele triste fim de tarde numa rua cheia de comércio. Era o frio, o fim de semana prolongado e os centros comerciais aquecidos. Quem já esteve em cidades como Paris ou Londres na altura do Natal, sabe como as ruas desde cedo se transformam em festas contínuas de gente, cores, música e luzes. Lisboa foi este fim de semana uma cidade tristíssima. Certamente houve quem tivesse preferido o "turismo de lareira" como lhe chamou o repórter em directo da serra com neve, ou porventura outras paragens para os que arriscam as estradas nacionais transformadas em pistas do Mad Max, com os condutores indiferentes à chuva ou ao vento.
Mais tarde, acabaria por dar razão ao dono da pastelaria: meia cidade estava nos centros comerciais mas não mostrava um ar particularmente feliz, à excepção do pequeno ajuntamento entusiasmado com as máquinas Nespresso. Conformada com a minha falta de espírito natalício, nada como o aconchego do comando, fatias douradas e uma Alessi velhinha. Cada vez mais preciso de menos.
3 Comments:
"Cada vez mais preciso de menos"...
Obrigada.
É isso mesmo.
ía repetir a frase mas a Margarida já o fez :) .. sem dúvida.
Beijinho
O meu fascínio são as Bialetti.
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