Das palavras

Há uns dias, uma pessoa muito estimável e gentil comunicou-me que gostava de ler o meu blog. Mal nos conhecemos e, como tal, nunca poderia saber que lido mal com o elogio mesmo que desinteressado (como é o caso), se bem que um nadinha permeável à lisonja. Fraquezas humanas, nada de grave nem de consequente. Explicou-me o motivo e acho que sou capaz de lhe dar razão: apesar de ser um blog escrito por uma mulher, não remete para um mundo totalmente feminino e, por isso, não o maça. Vindo de quem vem, não poderia ser mais simpático. Pensando melhor, acho que as pessoas deviam elogiar mais, verbalizar o reconhecimento, não só "acarinhar ideias" mas valorizar atitudes. Assim como não se nega a ninguém o pão e a salvação, não se deviam guardar os elogios sinceros no baú dos sentimentos. Continuo a pensar *"que as palavras são para se usar. Não as quero levar para a cova. Quero esbanjar as palavras de amor, de carinho, amizade, ternura, gratidão, reconhecimento, compaixão, solidão, desgosto, saudade, felicidade, alegria, humildade, simpatia, elogio, vaidade, transparentes, verdadeiras. Hei-de parti-las aos bocadinhos, hei-de gastá-las todas, uma a uma ou muitas de uma vez. Como eu quiser. "

* texto já editado