Um rosto para a eternidade
São raros os actores de cinema da actualidade cujos nomes recordo. Porém, há rostos para eternidade, artistas para sempre, talentos gigantes e desempenhos que nos comoveram e arrebataram. É o caso de Paul Newman, um dos verdadeiros "ídolos do cinema", pertencente a uma geração irrepetível de artistas tão virtuosos quanto aventureiros.
Os olhos mais azuis do cinema americano estão a fechar-se lentamente na companhia dos seus e com ele desaparece um dos últimos ícones da beleza e do talento que atravessou diversas gerações.
Para além do seu talento, deixa também uma grande obra filantrópica (que mantém desde 1982), assim como o PEN/Newman's Own First Amendment Award, atribuído a diversos bibliotecários que se destacaram na luta pela liberdade de expressão.
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"(...)Sempre que leio um argumento, procuro imaginar o que fazer. Vejo cores, imagens. É como apaixonarmo-nos. Não sabemos explicar porquê", disse um dia. Em anos recentes, anunciou que iria retirar-se, por ter consciência de que chegara a hora de o fazer com dignidade perante a inevitável "perda de memória, de confiança e, sobretudo, de inventividade" como actor. Essas palavras têm agora um significado mais profundo, sobretudo quando cruzadas com aquela que elegeu como divisa de vida: o "sentido de honra e de honestidade", herança do pai, um sobrevivente da Grande Depressão.
"Paul Newman é a última estrela. Nós somos apenas actores", afirmou, um dia, George Segal, referindo-se à faceta larger than life que fez dele um dos actores mais populares de uma era. No passado, como no futuro, serão sempre seus os mais belos olhos azuis da história do cinema. DN
6 Comments:
E não é extraordinariamente gratificante que exemplos como o dele toquem os mais variados corações em todo o mundo?
Que a sua herança de probidade, acima da formosura que sempre o elevou no Olimpo cinematográfico, seja o cerne de todos os pensamentos, de todas as aspirações?
Que o facto de um homem tão adulado tenha tido um amor perene – Joanne Woodward – seja um exemplo de equilíbrio, de fortuna – a verdadeira, a única real fortuna da vida – de capacidade de concentração no essencial e de força para palmilhar o caminho sereno e ditoso…
Muitos são eleitos, poucos os destacados.
Ele é, sem margem para dúvidas, um deles.
Muita paz, Mr. Newman.
Ao visualizar o post, por uns instantes pensei que nos estava a dar a triste notícia que se espera num futuro que, infelizmente, se advinha próximo. Afinal trata-se de merecida homenagem que eu como fã subscrevo.
E deixe que lhe diga Isabel que escolheu uma fotografia que mostra bem o lindérrimo homem que ele foi.
Um exemplo raro, como homem e cidadão, Miss Pearls. Já nem falo como actor.
Como já escrevi, para além do enorme talento deste homem, admiro-lhe a seriedade.
Agora que todas as estrelinhas de meia tijela andam pelo mundo fora a pregar a charity e a auto-promover-se, o actor e a mulher destacam-se desta malta. Desde 1982 que já deu milhões a quem deles precisa, sem precisar de andar a fazer de conta que é bonzinho, sem dizer mal do Pres.Bush ou aos abraços ao Chavez.
Sinceramente, já ando farta de tanta estrelinha parva
Sem falar na atribuição do prémio em defesa da liberdade intelectual, de expressão, constantes da Primeira Emenda.
Isto sim, que é democracia.
Assim, bonito de olhos-azuis temos o Amoz OZ, tb um homem enoooooooooooormmmmmmmmmmmeeeeeeeeeeeeeeeeee
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