Enquanto não chega a nova série do CSI Las Vegas
Esquecidos pelas gerações mais novas mas cantado por muitos (1), o Tweety, o Sylvester e a Granny (sem esquecer o gentil buldogue defensor do mais frágil), entreteram durante muitos anos as crianças por esse mundo fora e ocupam agora um post só para eles.
Não posso dizer que a eterna história do gato e do rato, neste caso, do gato e do canário, fosse muito do meu agrado. Irritavam-me as manobras ardilosas do gato e as maneiras espertalhonas como o canário fugia delas. E depois, lá vinha a querida velhota dar uma bengalada no bichano sob o olhar sonso do bicho com asas. Parecia-me que o gato estava sempre em desvantagem.
Mas a história é simples: o canário queria passar a vida a cantar de poleiro, sossegado, com água e alpista. Ao gato, má rês, não faltava comida, mas sonhava abocanhar o outro inquilino, nem que para isso sofresse as maiores humilhações e quedas em altura. Mas tentava sempre. Por vezes saía-lhe um boldogue pela culatra ou uma avozinha simpática para o admoestar, mas nada o fazia desistir. Pelo contrário, quanto mais difícil o canário se fazia, mais luta ele lhe dava. Ainda havia de palitar os dentes depois de um opíparo jantar de canário tártaro.
E durante todo o tempo, o gato executava esquemas cada vez mais elaborados, usando a força, armadilhas psicológicas, ou mesmo ratoeiras. O canário, por sua vez, habituado à tenaz militância do gato, fugia com todas as asas que tinha e acabava sempre por vencer. No final, víamos o bichano de muletas, olho negro ou com a cabeça entrapada, depois de ser arrastado por um comboio ou esmagado por uma betoneira, mas sabia-se que depois do That's all folks!, havia de voltar tudo a ser o mesmo.
Suponho que a moral da história não fosse o provérbio "água mole em pedra dura...".
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