quarta-feira, março 26

Chamar nomes às coisas

Acontece por vezes atribuir os nomes a quem criou determinados objectos ou até mesmo a reformas, que ficarão associadas a quem lhes deu origem . Assim de repente, recordo-me da Lei Mateus, da Reforma do Veiga Simão, creio existir uma praia do CDS, a Grace Kelly deu o nome a um saco, o Lavoisier a uma lei da Química, e isto sem falar no mobiliário Luis XV, etc. etc. que não me estou a lembrar de mais.
Isto a propósito do meu livro de receitas, escrito à mão, com muito cuidado, já com algumas folhas sujas de margarina, mas muito estimado. A minha mãe era mesmo assim, cuidadosa, com a letra uniforme, lindíssima, sem erros nem deslizes. São dezenas de receitas com referências a nomes de pessoas que ignoro quem possam ser ou ter sido. Tenho um frango da Maria Amélia (escola), uma tarte da Cristina, um bolo da Aninhas, um bacalhau da Luisa (amiga da Lurdes), uns biscoitos da Maria (irmã da Isabel de M.) e tantas outras receitas cuja origem desconheço e que nunca me ocorreu perguntar (as mães não é suposto morrerem, pois não?).
Não deixa de ser uma sensação curiosa, como se aqueles nomes se imortalizassem em mesas desconhecidas depois de lhes termos tentado copiar a mão certa de açucar ou o molho no ponto.
"(1) Serve-se com arroz branco, (2) ou com mais ameixas passadas pela margarina ou ainda (3) rodelas de ananáz ". Obrigada Francisca (tia da Manuela), quem quer que tenha sido.

1 Comments:

Anonymous Anónimo said...

Delicioso post.
E se me permite chamar nomes às coisas, então...obrigada Isabel

3:16 da manhã  

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