domingo, julho 1

"Condenada" à nascença


Mind what you call them
Popular names and their 'femininity rating'
Isabella 1.21
Anna 1.04
Elizabeth 1.02
(...)
É bastante curioso o artigo do Guardian referido pelo Abrupto referente aos nomes próprios escolhidos pelos pais para os seus filhos: "Parents are being warned to think long and hard when choosing names for their babies as research has discovered that girls who are given very feminine names, such as Anna, Emma or Elizabeth, are less likely to study maths or physics after the age of 16, a remarkable study has found."
"An Isabella is less likely to study maths": pelo menos comigo acertou. No entanto, se o estudo tivesse sido feito num liceu do interior enquanto eu andei por lá, teria verificado que a melhor aluna de Matemática (e não só) se chamava Isabel, mas poderia ter outro nome qualquer. O talento que tinha porventura dever-se-ia mais à sua grande inteligência e aos seus antecedentes familiares (todos estudiosos nessa área) do que ao nome que se chamava.
Mas no meu tempo, nascida antes do 25 de A., não havia Sónias, Vanessas, Vandas, e Sandras. As meninas chamavam-se Teresa, Fernanda, Helena, Ana e nomes com conotações religiosas (Carmo, Rosário, Fátima, Conceição). As raparigas de nome Madalena, Inês e Joana distinguiam-se pela upper class a que pertenciam. E havia as outras, as que herdavam inomináveis nomes de tias e de avós, de madrinhas ou das "santas padroeiras" das aldeias onde nasciam. (De facto, nenhuma engenheira civil nem investigadora de Física). Muitas delas adoptaram diminutivos que as "libertaram" de nomes complicados, mas creio que isto tudo são coisas de província.
No meu caso, com nomes como Isabella e Elizabeth no topo do "femininity rating", não tive fuga possível. Como aliás, se veio a verificar.

12 Comments:

Anonymous Anónimo said...

O nome não tem nada a ver, acho. Tinha uma colega com Isabel no nome e tinha 20 a tudo!

Já agora, sabes por que razão não havia "Sónias"? Era um nome de origem comunista.

Quiseram chamar-me Sónia e no registo civil não autorizaram, com essa desculpa. Ainda bem, apesar de tudo prefiro o meu nome banal...

7:49 da manhã  
Anonymous Anónimo said...

Elisabete, Doutora em química, ao seu dispor :).

11:37 da manhã  
Blogger Aves Raras said...

Existe uma diferença entre correlação e causalidade:
Um estudo sobre gripe e desemprego poderá indicar que quando o desemprego baixa também baixa a ocorrência de gripe. Isto pode ser explicado pelo facto de que, com o tempo quente, o vírus da gripe tem mais dificuldade em transmitir-se e, também pelo tempo quente, surge muito trabalho temporário ligado ao turismo. Ninguém diria, no entanto, que é a baixa do desemprego que cura as gripes??!??
Já no caso dos nomes, o que pode suceder é que quem tem maior propensão para achar que "o papel da mulher é em casa, a tomar conta dos filhos", terá maior propensão para dar às filhas um nome feminino.

12:33 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

Miss Pearls

E as Cristinas? Nas suas diversas e horriveis variações? Ana Cristina, Paula Cristina, Isabel Cristina. Tantas Cristinas e agora não se encontra nenhuma com menos de 30 anos. Que desgosto para a geração de 60.
Bjo

9:28 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

A Prof. Maria Cristina Salles Viana Serôdio (Técnico) gostaria de saber que mencionaste a irmã Isabel que perdeu muito nova.
Já agora: o teu nome, o meu e o de outras mulheres da família vêm de uma avó/bisavó que deixou saudades.
Além disso Isabel é o nome de uma das primeiras raínhas portuguesas ainda por cima canonizada pela igreja católica...

11:35 da manhã  
Blogger zazie said...

Que me lembre, um nome com má fama era Paula. Dizia-se que as Paulas eram malucas. Lembas-te disso?

Eu não me chamo Isabel e tenho um nome normal, bem latino e, ainda assim, até tive as notas mais altas a matemática de toda Lisboa

ehehe

O nome feminino que mais gosto é Marta. O masculino é lindo e é segredo.

O próximo desgraçado que nascer, vai apanhar com ele. Já há consenso na família

":O)))

Beijoca

(tem de ser rapaz, para levar com ele. Nem imaginas. É mesmo o nome duplo com mais pinta se pode imaginar)

8:30 da tarde  
Blogger zazie said...

Mas Isabel é um nome muito bonito que funciona em qualquer lado

ehehe

É verdade. Há nomes tugas que deixam de funcionar no estrangeiro. Do meu gostam muito por ser muito latino. Principalmento o apelido- no metro

ahahahaha

8:32 da tarde  
Blogger M Isabel G said...

Cara Zazie,
Em Portugal, mulheres (vivas) que estudam e investigam iconografia e património medieval são muito poucas
:):) :)
Na minha geração, havia familias de Isabel, Teresa e Mariana.Pelo menos lá para os meus lados.
Sim, Isabel é capaz de soar bem. Mas infelizmente, e apesar dos esforços dos meus pais, lá em casa, só mulherio, nunca fomos boas alunas a Matemática: ficámos encanitadas com os problemas de "quanto tempo levava um tanque a encher, etc etc." Lembras-te?
Obrigada por apareceres
Muito simpática
M Isabel

8:45 da tarde  
Blogger M Isabel G said...

A minha prima Blita (lá em cima) é uma das Isabel da família e tive uma grande bisavó com esse nome.

8:46 da tarde  
Blogger zazie said...

ehehe vivinha da silva

Sua malandra. Vim cá porque me lembrei desse detalhe. Tu sabes que eu sei que sabes o que sei mas bico calado, que estou muito bem assim.

":O)))

E até sei como sabes. Foi à custa de outra treta que nos une
ahah

Bisou

Já que estamos nessa diz-me lá se gostas do nome que está preparado para o desgraçado que nasça:

Francisco Juliano

Não é lindo?
........

Tive uma colega no 1º ano do liceu que se chamava Cristeta Teresa Borralho Bolas.
Que futuro terá tido a pobrezinha?
Espero que a natureza se tenha encarregue de equilibrar uma desgraça destas

11:31 da tarde  
Blogger zazie said...

Lembro-me desses problemas dos tanques. Eram uma coisa pavorosa. Mas a dada altura entrei na matemática e era só vintes. Foi a matemática e a Física. E não segui ciências por causa das aulas práticas onde se dissecavam coelhos. A prof tinha a alcunha da viúva assassina.
Uma coisa horrível. Por causa dos coelhos perdeu-se uma cientista para as gárgulas

":O))

11:35 da tarde  
Blogger M Isabel G said...

Zazie
Sim. Pelo ponto 1 e 2, caladinha como até hoje :)

Estás enganada numa coisa: eu é que adivinhei. Há muito tempo :)
O resto veio por acréscimo.
Este é um país pequeno.

Francisco Juliano? Para o resto da vida? Isso é muito tempo! Tu vê lá!

Pode ser que toda a gente a conheça por Cris ou só Teresa.

A Dra Conceição só dissecava rãs. Muito mirradas por sinal. Um nojo.
No outro dia vi umas gárgulas num livro, mas já não me recordo onde. Não morro de amores por essa bicharada de boca aberta :)

2:07 da manhã  

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