terça-feira, outubro 3

Vida portuguesa

Os regressos prestam-se a comparações com outras paragens e não estou a falar do Cairo (quem conhece sabe do que falo). Custa-me andar em Lisboa. O ambiente viário é agressivo, a famosa calçada portuguesa, cara, esburacada, suja, mal tratada e sobretudo despropositada em locais que nada têm de turístico, cansa-me. Perturba os cegos, tortura-me os sapatos, dificulta a mobilidade a quem a tem diminuida e decididamente é um atraso de vida. Hipocritamente venerada por quem a estraga sem o menor pudor (os carros nos passeios, dahh!), defendida por motivos estéticos e culturais por muitos que nem dela fazem uso, lá vamos circulando como se pode e onde nos deixam.
Depois de anos e anos de desastres autárquicos, inércia policial, amnistias várias, facilitismo generalizado e desprezo pelo bem comum, resta-nos hoje o pilarete. Instalado na cidade, tornou-se tristemente o protector das pracetas, o zelador das ciclovias, auxiliador dos jardins e o melhor amigo do peão. Coisas de um país em segunda fila.
(Cartaz num parque - Irlanda)

2 Comments:

Anonymous Anónimo said...

Estimada Miss Pearls,

não posso estar mais de acordo. Já há muito que defendo a substituição da calçada portuguesa por um pavimento mais prático, "amigo" dos idosos, dos "menos válidos" e quem gosta de passear por Lisboa sem correr o risco de ir parar ao hospital. Que se mantenha a bonita calçada apenas em alguns bairros típicos e de interesse histórico.

Ricardo

7:01 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

Tem toda a razão. Ainda a semana passada estive em Paris e foi com alívio que andei com os meus belos saltos altos à noite, sem torcer um pe. Lisboa está entregue a tudo, menos às pessas que dela deveriam disfrutar.

12:52 da tarde  

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