Sweet, sweet.

Há diversas pastelarias que servem uma pequena bolacha ou mais vulgarmente um chocolatinho com o café. Moda recente, desde que os cafés ultrapassaram a barreira dos cinquenta cêntimos. Creio que nisso ainda me dou por felizarda, porque a troco de três moedas de dez e uma de cinco, ainda consigo um café razoável. Nada de pauzinhos de canela, claro, não queria a cliente mais nada. A cafetaria da FNAC tem o costume do chocolatezinho com o café a sessenta e cinco cêntimos, mas ninguém me obriga a esta pequena extorsão. Não tenho por hábito comer a gracinha que acompanha a chávena mas confesso que a costumo guardar. A maior parte das vezes esqueço-me dela na carteira e só me apercebo quando já se encontra em adiantado estado de decomposição, ou melhor dizendo, derretida. Desconfio que há gente que percebe bem do que estou a falar. A semana passada, à minha frente na fila para o pagamento, estavam duas senhoras um nadinha anafadas. Bem. Anafadas é uma forma um tanto ou quanto simpática de as descrever. Uma delas deixava ver uns volumosos refegos (outra expressão simpática) que saíam de uma blusa de lycra azul clara. Por mim, aconselhava-a usar um número acima. A outra, era mais tipo saco, com uma blusa de xadrez largo que em nada a favorecia. Depois de uma sandes gigantes, comeram cada uma o seu chocolatinho. Não satisfeitas ainda, sorridentes, pediram outro. Não sei o que foi mais dissuasor, se a lycra se o tamanho 48, mas a verdade é que nunca saberei se ainda comeram o chocolate que eu deixei.