quinta-feira, dezembro 4

Notas breves de Natal

Que tal a árvore deNatal? Encontrou as caixas na arrecadação? As luzinhas acendiam todas? Não? É todos os anos a mesma coisa, eu sei. Também fez o presépio? E essas costas? Foi coisa para quantas horas? Não desespere. É só uma vez por ano.
*
E quanto a jantares? As marcações estão a correr a bom ritmo? O jantar da empresa é no mesmo local do ano passado? Sorte a sua que podia ser pior e era mau sinal. O do ginásio já está composto com quem gostaria que fosse? Não? Paciência. Sempre se podem cruzar entre uma braçada ou entre pedaladas nos aparelhos. E o jantar com antigos colegas do liceu? Não se preocupe que há-de encontrar sempre alguém mais gorducho ou com mais cabelos brancos. Com os companheiros das últimas férias? O que esta gente inventa. A menos que queira rever alguém ou resolver uma vez por todas um assunto que o anda a remoer. Divirta-se e repita várias vezes que é só uma vez por ano. Já somos dois.
Desde que pegou a moda dos jantares de empresas na época do Natal, torna-se praticamente impossível jantar tranquilamente num restaurante nesta altura do ano. Sei-o por experiência própria e desde que descobri o "truque" dos restaurantes pequenos, não quero outra coisa. Ou melhor, quero ficar em casa.
Depende, claro, do género de empresa e do género de restaurante. Há os jantares com gente mais retraída, protocolar, "institucional", fatos de bom corte, botas a preços milionários, um make-up um nadinha mais ousado, joias caras, risadas contidas, sorvete, "nós" "os outros", os Alpes, os resultados e o sucesso. Os presentes são tão "institucionais" como os próprios: vinhos caros, compotas cinco estrelas, chocolates de luxo e outras especialidades da secção gourmet.
Há ainda a experiência de jantar entre mesas da malta lá do escritório. Abundam os decotes, os ombros ao léu, os cabelos modernos, a sedução mal contida à segunda garrafa, o chefe, as fotografias do telemóvel, as graçolas do ano, a recém casada com vontade de se pisgar, o senhor engenheiro, a miúda gira, o vendedor com as piadas e o rapaz do tuning.
Tomo atenção à troca de presentes. São, como dizer, "coisas giras": umas vaquinhas-saboneteiras, uma caixa de sabonetes, uma caneca brejeira e, como não podia deixar de ser, prendas fofinhas.
Devo dizer que entre o primeiro e este jantar, venha o diabo e escolha. Nada que o aquecimento central e uma partida de king não resolvam.
(Textos editados)

1 Comments:

Blogger Pedro said...

Desesperar por decorações de Natal, só quando queremos algo (porque sim) que não encontramos.

11:07 da manhã  

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