quarta-feira, agosto 2

As listas portuguesas

Psst psst Catarina, Nem me digas nada. Também andei por lá a cuscar, à boa maneira portuguesa como tu dizes, com espírito de porteira, com o olho atrás do visor da porta para ver quem sobe para 2º direito. Também andei por lá a cuscar, praticamente com o dedinho no écran, com a curiosidade de quem quer apanhar algum desses tipos das festas, das revistas e dos sinais exteriores de riqueza. "Já te lixo", pensarão os vizinhos dos prevaricadores. E vá de contar à porteira, que conta ao merceeiro que já torcia o nariz com tantas viagens, que conta ao padeiro que até já adivinhava que por ali só havia calotes, desde que lhe ficaram a dever 3 euros durante 3 semanas". Afinal dou com meia dúzia de nomes que nada me dizem. Bem feito para mim, que ninguém me manda ser cusca. Grande país este em que se branqueia a incompetência da Justiça em nome de nem sei o quê. A mesma Justiça que demora seis, sete anos a marcar julgamentos, com cidadãos seis , sete anos a aguardar indemnizações. Não sai também essa lista de juízes, de comarcas, de processos cheios de cidadãos à espera de receber o que lhe é devido por lei? Isto na melhor das hipóteses: desesperados com a falta de dinheiro e exustos da violência dos processos, negoceiam uma ninharia com as seguradoras que lhes pressentem a vulnerabilidade. Tens razão Catarina, é tudo uma palhaçada. Mas uma triste palhaçada. (Também não me apetece falar mais nisto que fico logo angustiada) NOTAS: DA MENTALIDADE DE PELOURINHO: Um óptimo texto no Je maintiendrai
E também "As Frustrações da Ironia", um post do Paulo Cunha Porto sobre a "pelourinhação" de Daniel Defoe.

1 Comments:

Blogger Paulo Cunha Porto said...

Obrigado pela referência, Querida Miss. No fim de contas, que é a vida de bloguista senão uma exposição no pelourinho? Só que voluntária, o que faz toda a diferença.
Beijinho.

8:52 da manhã  

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