sexta-feira, junho 16

Um carro cheio de gente atravessa a fronteira, criaturas com a cor da pele a oscilar entre a costoleta bem passada e a tosta mista, com as recordações cheias de espreguiçadeiras, boa vida e Coca Cola diet e em breves minutos é o dilúvio. O fim do mundo. Alguma praga bíblica. A fúria de Deus. Os pecados dos homens. Cada vez que vejo relâmpagos e ouço trovões barulhentos, vem-me logo à memória o céu escuro e as trovoadas secas nas terras da minha infância. E a ladainha que de tanto a ouvir, ainda me lembro :"“Santa Bárbara a Bendita que no céu está escrito; Com papel e água benta, acalmai esta tormenta!” E as histórias dos pastores que eram apanhados pelos relâmpagos debaixo das árvores, os cobertores que nos tapavam as cabeças, e a minha mãe a tentar sossegar meia dúzia de criaturas medrosas com as virtudes dos pára-raios. Os mais novos são mais "buraco do ozono", mas dos glaciares não temos histórias para contar.

2 Comments:

Blogger aL said...

Ah! de volta Miss Pearls, de volta!
bjinhos ;)

11:03 da tarde  
Blogger M Isabel G said...

Not yet querida Al.
Not yet.
:)

11:05 da tarde  

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