Ó linda, vai um tirinho?
ou post indignado sobre os saloios que mandam bocas dentro dos carros em andamento ou antes do sinal ficar verde.
Lá vai o tempo em que eram os "homens das obras" a mandarem bocas badalhocas às moças no passeio. A bem dizer, até que podem dizer qualquer coisa ou mesmo dar gritos de herói urbano que eu não os percebo. Devem falar numa língua que não compreendo o que para mim é igual ao litro. Já reparei, aliás, que o clássico e globalizador assobio está fora de uso. Suponho que se tenha democratizado e se tenha tornado desinteressante. Mas o facto é que a malta era avisada. Sabia que se passasse junto a algum andaime ou estaleiro de rua o mais certo era levar com uma boca vadia, brejeira, curta e grossa.
Pois agora os tempos mudaram. Ninguém está a salvo. Os alvos estão geralmente junto a semáforos para peões ou passadeiras, tanto na Avenida da República como em Telheiras e ao volante encontra-se o tuga a coberto da carroçaria de um carro. Qualquer teen ager de cintura descaída, jovenzinha de calça curta ou madura de saia pelo joelho servem às bocas saloias e cobardes do tipo que passa no carro e lança a graçola de difícil audição ou ao gesto obsceno que sai da janela aberta. Também temos o plano b: o carro quase a arrancar junto ao semáforo e ainda dá tempo para a javadeira ou para o braço de fora. Em ambos os casos não há resposta. Os cobardes contam com a paralisia dos alvos de olhos postos no lado de lá da rua. Qualquer calhambeque velho ou topo de gama usa esta estratégia, qualquer gingão saloio ou entradote borgesso eventualmente pai de família se presta a este tipo de "devaneio", de riso aberto ou trejeito de engate ilusório. E zás! depois lá vão eles à vidinha. Os valentões. Aos risos com os outros tontos iguais a eles, levando com eles o troféu do dia. Aliás, o único. Que lá em casa a cantiga é outra.
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