quarta-feira, dezembro 23

Outro calor

Vamos ver se há algum sossego nestes dias agitados. Tranquilidade, uma azevia e um vodka tónico que também tenho direito e sempre é Natal. Estão assim inauguradas as festas, ou melhor cerca de vinte e quatro horas algo alucinantes mas um pouco mágicas. É disso que eu gosto no Natal: de alguma magia, da surpresa, da reconcialiação e de alguma paz. Nada é como dantes com as mortes dos meus amores, mas há no Natal, como eu o vejo, alguma esperança e fraternidade.
Recebo um mail de uma amiga a passar as festas no Algarve, a contar-me que esteve há dias a retirar dezenas de baldes de água da cave de casa da avó. Parece que tanto embelezaram o centro histórico que impediram a permeabilização da praça e quando a maré enche, andam todos de balde na mão. Diz-me que poderia dormir noutra casa mais conforrtável, mas que prefere a casa antiga cheia de recordações de infância. Também ela me faz companhia a sul com um gin, desafiando a vida com água tónica de 2003. Uma coisa é certa: o leite creme e as fatias da China hão-de ter saído deliciosas, que aquilo são mãos habituadas a folhear folhas antigas.
Entretanto, e apesar de tanta paz entre os homens, uma criatura deixou-me penar cerca de meia hora com o carro bloqueado. Ainda ousei uma ou duas buzinadelas, mas o xinfrim custa-me tanto a mim como à vizinhança sem culpa nenhuma. A polícia informou-me por telefone que iria demorar, pelo que só me restava esperar e fazer o que estava na minha mão. O borgesso não pediu desculpas e eu também não.
Até já.
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