No tempo em que não existia o "post it"
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"(...) Como o Adamastor, foram-me desaparecendo, ano a ano, quase todas as “minhas” lojas da Baixa (...) a casa Sibel, um sexto andar na Rua dos Correeiros onde se confeccionavam cintos(...) mais o Lopes & Lopes, uma loja/oficina na Praça da Figueira onde se vendiam cabedais e camurças e se mandavam fazer carteiras de senhora, cortar cotoveleiras e cintos, cravar molas e tachas.
Agora foi a vez da mais faustosa das sobreviventes da Baixa-Chiado, a Casa Souza(...) ".
Agora foi a vez da mais faustosa das sobreviventes da Baixa-Chiado, a Casa Souza(...) ".
Recordo-me bem dos tecidos com flores (outro horror), os veludos pesados, o voile, georgette de seda, tules, damascos, piquês, duas alturas, três metros à vontade. Uma maçada para meninas e meninos encostados aos balcões naquele paraíso das damas. Maçados mas calados. Em jovem adulta, a maçada haveria de surgir mais tarde com dia e hora marcados, sobe bainha, pesponto aqui, corte acolá, endireite as costas e meia dúzia de alfinetes. Uma seca. Ou melhor, as que fossem necessárias.
Da Casa Souza ficaram-me as memórias. Perdi a companhia e assim perdeu-se a graça. Curiosamente, ao fim de tantos anos voltei a entrar lá com as palavras da Fernanda. É como diz: cada um tem os seus moinhos de vento.
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