O que os faz correr?
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No passado fim de semana, numa A8 transformada em cenário de Mad Max da vida real, com papéis em que os portugueses são exímios actores e inglórios figurantes, a avaliar pelas inúmeras sepulturas em cemitérios por esse país fora e pelo crescente número de utentes em centros de reabilitação, só me ocorria uma pergunta "O que faz correr esta gente?".
Este mês tem já uma contabilidade trágica: até ao dia de hoje já morreram 41 pessoas entre crianças e adultos. Basta andar nas estradas para perceber porquê. A pressão exercida por quem cumpre os limites de velocidade e circula pela direita é enorme: são os sinais de luzes, a colagem na traseira, as buzinas, os braços de fora e a restante sinalética que o português, sempre criativo, utiliza tão prodigamente quando se apercebe que há condutores que têm a ousadia de não conduzir ao ritmo que eles eficazmente pretendem impor. Deve ser para chegarem mais depressa, digo eu que não encontro outra explicação. Polícia nada, radares fixos nem vê-los, radares móveis, o que é isso. Entretanto, a gentalha lá vai na esgalha, convencida que domina as máquinas, o ambiente exterior, a própria etologia e até a metereologia. Eles e elas, todos artistas das pistas Mad Max portuguesas, o que os fará correr? Suponho que devo pertencer à classe dos bimbos, dos camelos, com a carta de condução saída numa rifa de feira, bem a jeito para levar com os máximos para aprenderes a conduzir, gaja de m?%&&.
Entretanto, um carro da Brigada de Trânsito ultrapassa-me alegremente e desaparece no horizonte. Vá lá. Ainda cheguei a temer que me mandasse parar por estar a exceder em 20 km/h o limite permitido. E que posso eu dizer? Feita parva a empatar o trânsito e a estragar a média?
Uma coisa é certa, até ao final do Verão a média há-de ser outra. Uma trágica média cujos números se traduzem em inúmeros nomes.
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