quinta-feira, dezembro 21

Sugestão para o Natal

Uma prenda de Natal para quem gosta de bons livros. De Miguel Real, "O último negreiro", da editora Quidnovi, uma obra de ficção sobre "o último grande escravocrata português, Francisco Félix de Sousa, residente entre São Salvador e Ajudá, no Benim"
Também do mesmo autor, o ensaio “O Último Eça”, sobre os últimos dez anos de vida de Eça de Queirós.
"Francisco Félix de Sousa procurara comprador para os seus três escravos e encontrou-o na pessoa da Vicência, uma preta quitandeira de quitutes que acabara de comprar a alforria. Livre, a Vicência empatara o seu dinheiro na compra de escravos, intentando viver do trabalho dos pretos-de-ganho, como a sua antiga dona viver do seu trabalho de quintandeira. (...) Francisco Félix de Sousa dera a trempe, as cuias e as três esteiras aos escravos, acertara com Vicência o preço das correntes e do cadeado e, no fim, achara o todo do preço justo, nem mais nem menos, gostava da Vicência, conhecia-a desde pequenino e muitas vezes lhe usara o corpo, ambos escondidos pelas mangueiras da Fonte dos Barris, a Vicência não lhe pedia dinheiro pelo serviço, pedia que lhe comprassem os seus pitéus, e Félix de Sousa comprava-lhe dois acarajés frios e dois nego bons, uns comia, outros jogava aos saguinzinhos que tragavam as mangas verdes nos Barris". (pag. 195)

2 Comments:

Anonymous Anónimo said...

Isabel: o meu texto sobreo casal ventoso nada tem de pessoal. Nem sequer é uma crítica, mas um desabafo. Auscultados os interessados, aqueles que por ali moravam, concluiu-se que não queriam sair da zona e não queriam ser separados por diversas zonas da cidade. Concretizar estas transformações urbanísticas e sociais não foi tarefa é fácil.Fácil é falar sobre elas. Mas a vida é feita destas coisas: uns fazem, outros dão opinião. É o elementar exercício da democracia e da cidadania.Bem Haja.

12:56 da manhã  
Blogger M Isabel G said...

CAro Tomás Vasques,
EU não estive no poder e nunca virei a estar. Por mim, já "levei" da esquerda, da direita, já estou habituada :)
Aquela via rápida é um problema e grave, como sabe, pelos acidentes que tem provocado.
"EU faço" pelo lado a que tenho direito e dever: do lado do exercício do meu direito de cidadania. O que já não é pouco, num país onde se exerce tão pouco esse direito fundamental.
Muitos anos, muito trabalho, muitas horas sem dormir, de borla, com muito boa vontade e seriedade. É a minha forma de "fazer".
Bem haja.
Não imagina como gosto de uma boa discussão :)
Maria Isabel

1:34 da manhã  

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