quinta-feira, dezembro 21

Abrir as portas

Poucos são o que abrem as portas. Cada vez são menos os que deixam entrar, entricheirados na harmonia e na felicidade que julgam eternas. Cada vez menos os que dão as boas-vindas a corações apertados ou deixam espreitar os cheiros do passado. Nada mais perturbador do que aromas ou odores que estão lá no fundo, que a gente deixou de sentir e que sabemos não voltar a encontrar: os cozinhados do Natal, o cheiro numa sala, o aroma de umas mãos ou o perfume num casaco. Estão lá as lembranças que de tempos a tempos se libertam do passado, nos apanham de surpresa e nos puxam lá para o fundo das lembranças. Poucos são os que abrem as portas para partilharem tristezas presas nos olhos de quem entra. São esses poucos, muito poucos, que abrem a porta todo o ano e também no Natal. Ou só porque é Natal.
À tia C, tios-avós C. e J., tio L., B. e Carminho. Obrigada

13 Comments:

Blogger ELA said...

Não gosto de "amor a prazo". O Natal é, para a maioria das pessoas, a oportunidade única de falar de amor. Tenho pena.

10:08 da manhã  
Blogger Maria de Fátima Filipe said...

Miss Pearls,
Aproveito este seu "Abrir as portas", muito bonito, para lhe desejar si e a todos os que quer bem, o melhor Natal do mundo.
Boas Festas!
:)

10:40 da manhã  
Anonymous Anónimo said...

Cada vez mais as portas se abrem menos, não sei se com receio dos outros se com medo de nós.

LB
http://outrasnotas.blogspot.com/

10:47 da manhã  
Blogger M Isabel G said...

Obrigada Ariel
Este post é dedicado a uma familia amiga que esteve sempre connosco.

4:29 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

Vamos, por mera hipótese, supor que o post era abstracto.

As pessoas fecharem-se em casa tem também, acho eu, muito que ver com a «malandragem» que por aí abunda.

Por exemplo, eu apresso o passo quando alguém na rua me aborda, escaldado que estou por inquéritos, vendas, histórias mirabolantes.

5:20 da tarde  
Blogger M Isabel G said...

Obrigada, mas o post não é de todo abstracto.

5:25 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

(Abstracto no sentido de não ser dedicado).

5:35 da tarde  
Blogger mulher said...

Minha querida há muito que não abrem as portas porque ninguém lhes "ensinou".

10:33 da tarde  
Blogger M Isabel G said...

Obrigada Baducha.


Tens razão Ana. Só se aprende com o exemplo. E isso vem do nascimento.
MAs a maioria não quer sequer abrir a porta. Desde que estejam bem, que a vidinha esteja fixe, a mulher, os filhos, o carro, a casa, as férias, o poderzinho,... até ao dia. Por todo o lado vejo um egoísmo e individualismos quase obscenos. Se me choca? Não. Eles e elas há muito que tomaram conta disto, como disse há tempos um conhecido meu.
Aliás, todos com imenso "sucesso". Olha à tua volta.

10:50 da tarde  
Blogger Rui MCB said...

Beijinhos!
Boas festas!

10:32 da tarde  
Blogger M Isabel G said...

Beijinhos aos três Rui.
Feliz Natal

11:14 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

Abrir as portas: essencialente do coração.
Já foi normal no nosso país: sorrir, dar os bons dias, ajudar quem necessite. O português, talvez por defesa, tornou-se egoísta e pouco solidário.É pena e triste. Natal pode ser um olhar.

12:57 da manhã  
Blogger M Isabel G said...

Belita,
este post é, em 1º lugar, para ti e para os teus pais.

11:29 da tarde  

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